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O Mar é Delas

Belas, charmosas, com muita personalidade e talento. São as mulheres que estão colorindo nosso outside.

Este é o espaço dedicado às meninas das ondas, afinal, o mar é delas!

 

 Silvinha se divertindo na PG num click de Gabriel Ferreira

Silvia Silvina é caiçara, surfista, ciclista, empreendedora. Moradora da Praia Grande, sempre está presente nos dias de boas ondas e sol naquele astral que Ubatuba oferece. Recentemente lançou sua marca de nome bastante sugestivo, Menina do Mar, e atualmente concilia sua vida entre os négocios, sua filha e os esportes que está sempre praticando dentro ou fora dágua.

Fotos: arquivo pessoal

Silvia e sua filha Gabi com os sunglasses Menina do Mar

RÁDIO UBATUBA SURF: Como e onde surgiu sua relação com Ubatuba?

SILVIA SILVINA: Eu sou nascida e criada em Ubatuba, minha família é praticamente toda caiçara. Moro no Praia Grande desde os 5 anos de idade. Sou do tempo que a Praia Grande era bem diferente, a turma se reunia no antigo Postinho dos Bombeiros (onde é a Comtur hoje) para conversar, bater papo e ver as ondas, tempos bem legais! Minha relação com Ubatuba é especial, aqui crio minha filha com mais segurança que nas  grandes cidades, aqui ela pode praticar os esportes que curte como o skate, o Surf, crescer com mais tranquilidade e ter esse contato com a natureza.

RÁDIO UBATUBA SURF: De que maneira o Surf entrou na sua vida?

SILVIA SILVINA: Comecei a surfar por influência de meu irmão, Fábio Tavares, e também por ter vários amigos na água durante a adolescência. Por volta dos 14 anos, incentivada por um grande amigo, o Orlando ‘Tuca’, irmão do Tadeu Pereira, amigo da família, comecei a surfar. Me lembro que ele sempre me emprestava o longboard dele para eu pegar as primeiras ondas, eu ficava amarradona lá me divertindo até realmente começar a pegar onda de verdade, adquirir minha primeira prancha e iniciar a evolução no esporte.

Aquela vibe positiva chegando na PG!

RÁDIO UBATUBA SURF: Você é amante do longboard. Qual a sensação de poder pegar aquela valinha e se divertir do outside até a areia? Fale a respeito de alguma situação divertida no mar que você se recorda até hoje;

SILVIA SILVINA: Ahh, me sinto muito feliz, né, surfar aquela vala longa (risos). Tem o diferencial de você pegar a onda lá fora no outside e vir na prancha até o raso, ficando um bom tempo na onda. Me lembro de uma onda especial num dia de altas ondas na PG, cerca de 1,5 metros, estava eu, o Zazá (Izaías Silva), o Raoni do quioque Kaiambá e mais outros amigos. Veio uma esquerda perfeita, daquelas especiais. O Zazá fez o drop, mas como ele estava distante de mim e vi que não daria tempo dele passar a sessão, eu dropei mais para a frente e fiz a onda toda, foi uma onda incrível! Ao voltar para o outside a turma ficou falando que a Silvinha rabeou o Zazá, e até hoje quando nos encontramos, a gente comenta sobre esse assunto e o Zazá dá altas risadas, foi uma onda marcante (risos)!

RÁDIO UBATUBA SURF: Fora da água, nos últimos anos você se dedicou também ao ciclismo, pedalando muito entre Ubatuba e nossas cidades vizinhas. Conte um pouco a respeito desse novo esporte em sua vida e os benefícios que ele trouxe para seu surf.

SILVIA SILVINA: O ciclismo entrou na minha vida durante o início da pandemia. Foi restringido o direito de nós surfistas entrarmos no mar e como eu gosto muito de praticar esporte, comecei a pedalar. É uma atividade ao ar livre, foi muito importante para manter minha forma física e a cabeça leve. Mesmo pedalando com mais algumas pessoas, o risco era praticamente nulo de pegar o vírus, quando a gente parava sempre tomava todos os cuidados, enfim. Fiz muitas amizades, foi muito legal. E em relação ao Surf, percebi uma melhora muito grande na parte cardiorrespiratória, tenho mais fôlego e gás que antigamente, tenho também um condicionamento melhor na remada. São dois esportes excelentes, o Surf e o ciclismo!

Fora dágua, Silvia explora Ubatuba com a turma do pedal

RÁDIO UBATUBA SURF:Na parte de empreendedorismo, você criou sua marca, a Menina do Mar, que faz aliança entre o esporte que você curte e os negócios. Fale um pouco desse projeto:

SILVIA SILVINA: A marca Menina do Mar é um sonho antigo. Mas como tudo tem um tempo na vida, o projeto começou a se desenvolver em 2018. No início foram vários meses, quase um ano para poder sair toda a documentação de patente e marca registrada, tudo certinho e legalizado. Com sete meses de vida a Menina do Mar começou a apoiar algumas atletas nos campeonatos, e até eventos de Surf, de forma pontual, mas sempre dentro das possibilidades para não dar um passo maior que o permitido. A gente gosta muito de apoiar, incentivar o sonho das pessoas. Com a pandemia continuei trabalhando firme, respeitando as regras impostas pelas autoridades, e agora as coisas tendem voltar a evoluir novamente. Atualmente a Menina do Mar está com uma nova linha de óculos de sol bem legais que está fazendo bastante sucesso, fora outros projetos que estão a caminho mas que ainda não posso revelar, segredo da marca! Eu adoro esse mundo empreendedor, é um desafio que me motiva bastante.

RÁDIO UBATUBA SURF:Dentro desse contexto do nome da sua marca, Menina do Mar, fale um pouco sobre a presença das mulheres na água;

SILVIA SILVINA: Tenho notado nos últimos anos uma presença maior das mulheres na água. A gente está ganhando mais espaço de um tempo para cá, no Surf e em todos os sentidos. A mulherada tem tido mais vontade de vir para o mar, de pegar mais ondas, é muito bacana isso! E realmente o mar fica muito mais bonito com a presença da mulherada (risos)!

RÁDIO UBATUBA SURF: Ahhh, com certeza absoluta, o mar com a presença das mulheres fica lindo! Obrigado Silvia pela sua participação!

SILVIA SILVINA: Eu que agradeço! Gostaria de fazer um pedido aos turistas e também aos próprios moradores de nossa Ubatuba, sobre termos a consciência da importância de mantermos nossas praias limpas. Quando tempo o lixo plástico que chega até o mar demora para se desfazer prejudicando a vida marinha? Vivemos do mar, espero que a galera tenha essa consciência de sempre preservar a natureza. Valeu!

Silvia e seu pranchão personalizado Menina do Mar 

 

Outras Mulheres Incríveis de Ubatuba:

 

 

Sarah Dergham em suas duas paixões: Moda e Surf.

Sarah Dergham, caiçara, ubatubense, estilista, surfista, empreendedora, inovadora. No auge de seus 27 anos, vem fazendo um belo trabalho no segmento Moda Festa. Dentro de sua mente criativa, surgem ideias super interessantes mesclando seu trabalho com o Surf, gerando conteúdo de causar impacto! Começou a surfar não faz muito tempo, mas o suficiente para transformar sua vida. Quando descobriu o esporte ficou tão encantada que não queria sair da água, porém seus compromissos profissionais sempre falavam mais alto mas sempre com o pensamento nas ondas verdes da Lagoinha e Sapê. Sarah já remou com vestido de festa em seu SUP, já dropou ondas usando um vestido de noiva, e segundo ela, muitas ideias diferentes vem por aí!

Fotos SUP: Bruno Conrado @br.conrado

Fotos Noiva no Surf: Filipi Del Valle @filipidelvalle

Demais fotos: arquivo pessoal

 

RÁDIO UBATUBA SURF: Sarah, seja bem vinda à coluna ‘O Mar é Delas’! Como surgiu seu interesse pelo Surf?

SARAH DERGHAM: Primeiramente gostaria de agradecer a oportunidade de contar um pouco da minha história! Não é muito fácil falar da gente (risos), adorei o convite, muito obrigada! Meu interesse pelo Surf surgiu há pouco tempo, há cerca de uns 3 anos atrás. Tive um relacionamento no qual eu acompanhava meu ex para as sessões de Surf, até então nunca havia despertado uma vontade de surfar. Mas no período desse relacionamento, sem nunca ter tentado ficar em pé na prancha, numa noite eu sonhei que estava dropando uma onda enorme! Foi muito louco, uma mistura de sentimentos, consegui ter a percepção no sonho de como um surfista se sente ao deslizar sobre as ondas. Nisso contei para esse meu ex namorado sobre o sonho e disse a ele: “Preciso aprender a surfar! Senti a maior sensação do surf nesse sonho, preciso ver se é assim mesmo, preciso experimentar!”. Ele foi muito solícito, me levou a uma praia em Caraguatatuba muito tranquila com ondas bem pequenas para aprender, já fiquei em pé logo na primeira tentativa. Foi num longboard que ele havia emprestado de um amigo, enfim. Foi incrível a sensação, não era a onda gigante do sonho mas a vibe de surfar foi a mesma, uma coisa muito forte! No início fiquei muito fissurada, queria dropar todas as ondas sozinha, já providenciei encomendar minha primeira prancha, o começo foi muito intenso! Sou grata por tudo que aconteceu, o Surf é uma terapia para mim, preciso estar na água para relaxar e descansar a mente do trabalho. Logo depois o relacionamento acabou e vida que segue, mas o Surf ficou para sempre.

RÁDIO UBATUBA SURF: E nesse período de 3 anos, como está sua frequência no Surf? Consegue ir direto dar aquela remada? Fale um pouco sobre suas pranchas.

SARAH: Quando não há muito trabalho, eu consigo ir até 3 vezes na semana. Durante a pandemia então, o Surf foi muito importante para eu não ficar doente! A pandemia mexeu demais comigo, afetou diretamente o segmento que eu trabalho e de um ritmo muito intenso que eu vinha no ateliê, de repente tudo parou! Nesse período eu ia muito para a água, era minha terapia para eu poder ficar bem, manter minhas ideias criativas, foi um período difícil. Agora as coisas estão voltando ao ritmo que vinha antes, estou muito atarefada e conseguindo ir apenas uma vez por semana. Gosto muito de surfar no Sapê, é a praia que mais frequento, vou muitas vezes também na Lagoinha. Mas pretendo ir para o lado norte de Ubatuba também, pegar umas ondas em Itamambuca, enfim, tantas praias legais que essa cidade nos oferece! Sobre minhas pranchas, o shaper que faz todas as minhas pranchas é o Fernando Santos, o “Tompool”, @ferntompool . Ele é sensacional! Desde o começo ele me ajudou muito com várias dicas, me deu vários descontos nas diferentes pranchas que eu fui encomendando para diferentes tipos de ondas, enfim. Nosso novo projeto é um mini long para eu conseguir chegar ao outside com mais facilidade nos dias que estiver com ondas maiores.

RÁDIO UBATUBA SURF: O assunto agora é trabalho. Você tem um ateliê em Ubatuba e fez alguns trabalhos de divulgação bem interessantes e originais mesclando suas paixões. Conte um pouco de sua história no mundo da moda e sua relação com o Surf.

SARAH: O trabalho é a parte que eu mais gosto! O Ateliê foi uma surpresa, pois eu não imaginava que daria para trabalhar com moda aqui em Ubatuba, ainda mais moda festa! Quando eu tinha 18 anos eu trabalhava em outro segmento, acabei sofrendo umas decepções, passei uma fase difícil e comecei a costurar porque eu queria fazer umas roupas para mim. Minha mãe tinha um salão de beleza aqui onde moro no Sertão da Quina e ela me cedeu um cantinho para eu trabalhar, a princípio fazendo alguns consertos, reformas e criando algumas peças. Dessa forma as clientes da minha mãe foram me conhecendo, no começo foi muito difícil, eu não tinha muita experiência e tinha até medo de estragar alguma peça de clientes! Foi mais ou menos em 2015 que eu fui para São Paulo e fiz um curso de especialização de Modelagem e Costura no SENAC. Ali minha visão sobre costura mudou completamente! Voltei para Ubatuba muito motivada, fui evoluindo dia a dia nas peças, as encomendas foram crescendo com mais clientes chegando. Nessa época também iniciei as atividades de aluguel de vestidos de festa, e como minha mãe já tinha outros planos profissionais, meu espaço que ela havia cedido no salão foi aumentando gradativamente. Então teve uma hora que ela decidiu parar de trabalhar no segmento de Beleza e me disse: “- Ah Sarah, fique com o salão aí para você!”. Tudo foi dando muito certo, comecei com 22 vestidos de aluguel, fui costurando e comprando mais alguns, no ano seguinte estava com 40 peças, em seguida 100 e agora cerca de 230 peças para aluguel. Aqui eu confecciono vestidos de noiva e festa, muitas vezes as pessoas precisam de algo específico e nós atendemos, enfim. Durante a pandemia foi um período muito difícil, tudo parou de repente! Foi um momento crítico mas agora as coisas estão voltando a acontecer novamente, tudo vai se normalizar! Tem um acontecimento que eu considero muito legal na minha vida e que me ajudou bastante profissionalmente que foi um convite para participar de um concurso internacional de moda inclusiva. Esse concurso foi realizado em São Paulo em 2018 com a presença de 20 estilistas de outros países, o objetivo era criar peças para pessoas com deficiência. Criei um vestido de noiva para uma pessoa com nanismo e eu acabei ganhando esse concurso! Foi uma experiência única, poder ajudar de alguma forma essas pessoas e ter sido tão bem recebida pelas pessoas de Ubatuba quando voltei para a cidade. Foi um momento muito especial na minha vida!

Vestido criado por Sarah vencedor de Concurso Internacional de Moda Inclusiva.

RÁDIO UBATUBA SURF: Opa, parabéns! Bela conquista, muito importante para sua carreira e que também traz reconhecimento para nossa cidade! E dentro de todos esses acontecimentos legais, surgiram as ideias de mesclar a moda com o surf... como foram as produções das fotos com o vestido de festa no SUP e o vestido de noiva dentro d’água?

SARAH: Sobre essas fotos, eu sempre tive flashes na minha cabeça...eu fechava os olhos e me vinham umas imagens, e numa delas veio esse momento no stand up. Eu pensava: “- Meu Deus, como eu vou fazer isso? Qual fotógrafo vai topar fazer isso?” Foi então que entrei em contato com o fotógrafo Bruno Conrado, @br.conrado ,  um profissional muito talentoso que topou a ideia e entrou nessa comigo! Fomos então até a Barra da Maranduba, num lugar muito tranquilo, deu tudo certo, as imagens saíram como eu havia visto no meu flash, é um estilo de marketing diferente para este segmento em que eu fiquei muito feliz com o resultado!

Moment sensacional de muita ousadia e criatividade!

RADIO UBATUBA SURF: E surfar com o vestido de noiva?

SARAH: O momento do Surf vestida de noiva foi mais um flash que tive também em minhas ideias. Optei por um vestido bem simples, que geralmente as mulheres escolhem para se casar no cartório civil, entrei em contato com o fotógrafo Filipi Del Valle, @filipidelvalle , contei meu projeto e ele aceitou participar. Fomos até a praia, levei minha prancha, o vestido, e nesse dia tinha uma galera no mar! Fiquei com muita vergonha, o fotógrafo estava na areia e não dava para ver ele direito. Pensei: “- Esses caras vão achar que eu sou louca!” Eu fiquei meio nervosa, com muita vergonha, e depois de uma meia hora consegui dropar umas ondas. Até porque o vestido atrapalhava na hora de ficar em pé. Mas o Filipi foi super ligeiro, ele é fotógrafo de Surf e nesse dia mesmo eu não tendo conseguido surfar direito ele pegou umas imagens legais e deu super certo! Vou guardar essas fotografias com muito carinho inclusive fazer até uns quadros para eternizar esse momento únicos.

Mais uma das artes da Sarah! O que a rapaziada que estava na água deve ter pensado?!?!

RÁDIO UBATUBA SURF! É isso então Sarah Dergham!! Muito obrigado por participar dessa coluna dedicada às mulheres do Surf. Vocês mulheres estão de parabéns, cada vez mais êxito rompendo barreiras e ultrapassando limites. Fica aqui o espaço para você deixar sua mensagem final para todas as mulheres de Ubatuba e de todo o nosso planeta Surf!

 SARAH: Ah, uma coisa que eu sempre falo para todo mundo. Não ter medo! Se tiver medo, não se dá o primeiro passo. Sempre acreditar, tendo fé, acreditando que vai dar tudo certo, Deus sempre tem o caminho correto para você seguir. Estude, se especialize, se esforce, não tenha preguiça, não desista. Não foi fácil para mim, chegar onde cheguei; no começo de minha carreira profissional foi muito difícil, mas eu sempre batalhei e acreditei. E não se deixe desanimar com as pessoas que te colocam para baixo. Foram muitas as pessoas que me colocaram para baixo nesse tempo todo mas eu não desisti. Só você sabe as dificuldades do dia a dia e lá na frente você vai agradecer por todo seu esforço. Hoje sou muito realizada, só tenho a agradecer a Deus por todas as coisas maravilhosas que Ele está me dando, me sinto muito feliz no meu trabalho, tenho muito que aprender e seguir ainda. Tenha fé e confiança que tudo dará certo, com certeza!! Obrigada pela oportunidade!! 

 

Fotos: Arquivos Pessoal (instagram)

Nairê Marquez, 15 anos, local de Ubatuba, vários títulos conquistados em sua carreira e neste mês de junho fazendo sua estreia em eventos internacionais da WSL. Essas são as credenciais para ela abrir a série de entrevistas da nova coluna do site da Rádio Ubatuba Surf, ‘O Mar É Delas’.

Rádio Ubatuba surf: Alô Nairê, seja bem vinda ao site da Rádio Ubatuba Surf. Como foram seus primeiros envolvimentos com o Surf?

Nairê Marquez: Oiê! Bom, sou aqui de Ubatuba, essa cidade maravilhosa com altas ondas no litoral norte de São Paulo. Minha história de como comecei a surfar foi influência direta de meus pais. Meu pai (André Lanfer) já surfava antes de eu nascer, ele ensinou minha mãe, e logo que eu nasci nós sempre estávamos na praia. Com poucos meses de vida eu já estava por ali, molhando os pezinhos no mar e tudo mais. Com 2 ou 3 anos eu comecei a brincar em cima de uma prancha e foi aí que tudo começou!

Rádio Ubatuba Surf: Quais são seus principais resultados na sua jovem carreira?

Nairê: Os campeonatos mais importantes que eu participei e tive bons resultados foram: as etapas do Circuito Ubatuba Pro Surf; teve um campeonato Pro Junior que rolou em Búzios RJ em 2018 que eu ganhei; posso falar de uma etapa do Brasileiro realizado pela CBSurf ano passado em Itamambuca que eu venci a sub 14; e também os brasileiros da Abrasp promovidos pela Suelen Naraísa, Wiggoly Dantas e a família deles, onde eu ganhei seis vezes, uma na Sub 10, uma na Sub 12, 3 na Sub 14 e 1 na Sub 16. Acredito que esses foram os campeonatos mais importantes para mim.

Rádio Ubatuba Surf: O assunto agora são suas pranchas. Quais são as medidas que você está utilizando atualmente? E quais as ondas que você mais curte treinar?

Nairê: Eu uso pranchas variando entre 5’7” a 5’9”. Particularmente prefiro as pranchas de PU, estou usando essas medidas agora. E as praias que eu mais surfo em Ubatuba são Itamambuca no canto direito, entre as ruas 21 a 25. Surfo bastante no Baguari no lado direito da PG e também no meio perto da base dos bombeiros, na VDC também. Mas eu surfo em várias outras praias também, já peguei altas ondas na Fazenda, Camburi, Ubatumirim, Félix, Toninhas, Sapê, Tenório!! Mas as que eu mais treino são as três que eu citei primeiro. E em relação ao tamanho do mar, eu fico mais confortável quando rola um metro, um metrão. Mas eu surfo em ondas maiores também, inclusive fui até o Patieiro no último swell para desafiar meus limites. Mas eu amo uma valinha!!

 Rádio Ubatuba Surf: O Surf Feminino está crescendo muito, vemos na água muitas mulheres de diferentes idades, queria que você falasse quem são suas referências aqui de Ubatuba, além de atletas a nível nacional e internacional.

Nairê: Com certeza, o número de mulheres dentro da água tem crescido muito e isso é ótimo! Surfar com outras mulheres na água é muito gostoso. Bom, tem várias mulheres que me inspiram: aqui em Ubatuba posso falar da Suelen Naraísa, Luana Coutinho, Camila Kássia que agora está morando na Austrália, a Kiany Cristina, enfim, várias aqui de Ubatuba que eu curto. A nível nacional posso falar da Tati (Weston-Webb) e a Silvana (Lima) que me inspiram muito. E de fora gosto de ver o Surf da Carissa More, Stephanie Gilmore, a Cortey Colongue e algumas outras. Essas são minhas referências no Surf feminino.

Rádio Ubatuba Surf: Essa pergunta é direcionada ao técnico da Nairê, técnico pai e amigo, grande André Lanfer. André, quais são as características da Nairê, como funciona o treinamento dela e quem são os apoiadores no momento?

André Lanfer: Bom, a Nairê tem alguns pontos muito fortes. Ela é muito inteligente, ela consegue se comunicar muito bem, ela ama o mar! Então, todas as coisas giram em torno disso: vivenciar a praia, crescer na praia com o Surf, proporcionando uma infância e adolescência muito feliz. Acredito que ela seja feliz nesse sentido, de poder aproveitar e crescer surfando. Ela é muito competitiva também, então o caminho da competição veio de forma natural.  Ela tem esse lado de curtir os campeonatos, começou a trilhar cada vez mais por esse caminho e com isso vieram outras responsabilidades como treinar, fazer outras coisas além de surfar: ter uma preparação física, fazer exercícios específicos para evitar lesões e contusões, nadar também, essa é um pouco da rotina da Nairê. Hoje ela tem o apoio da Rocha Real Empreendimentos Imobiliários, MiniPro, Special Boards, Mr Gelato Açaí e SC Corinthians Paulista. Atualmente o cenário de apoio/patrocínio para atletas de todos os esportes e no Surf em específico está muito difícil, os custos envolvidos para participar de eventos são bastante altos, então a gente acaba apoiando também fazendo um esforço familiar para que ela possa ter chance de seguir nesse caminho que é um sonho dela.

Rádio Ubatuba Surf: Nairê, deixe uma mensagem positiva para as meninas que estão começando a surfar agora e para aquelas que tem vontade mais ainda não iniciaram nesse esporte irado!

Nairê: Deixo de recado para as meninas para fazerem o que gostam e se têm vontade de começar a surfar, poxa, que comecem! Eu amo surfar, posso dizer que para mim a melhor sensação do mundo e estar lá fora e quando vem uma onda boa, pegar essa onda! Estar com os amigos na água e dar risadas, dividir as experiências, é uma sensação única. Posso dizer que comigo acontece todos os dias, é muito bom. Para as meninas que queiram começar, se quiserem pegar algumas dicas comigo podem me mandar mensagens que eu respondo, eu adoro ajudar. É bem legal ver meninas novas na água, quanto mais garotas na água melhor, então o recado que eu deixo para essas meninas é esse: comecem a surfar, vale a pena, vocês vão ver que é tão legal que vai ser difícil vocês pararem de surfar, comecem de verdade! Obrigada!