Este é o espaço dedicado aos encontros mágicos que resultaram em parcerias incríveis dentro e fora dágua.
A Coluna Casais 100% Surf apresenta a história de Tabajara Quintino e Suzan Cristina, um casal unido pela vibe do Surf e as ondas da Vermelha do Norte. Nós identificamos algumas pessoas pelos locais que elas frequentam, então lembrar da VDN é lembrar dessa dupla que sempre está na água pegando altas! Ambos já surfavam antes de se conhecerem, o Surf foi o meio de aproximação que resultou numa parceria incrível.
Familia Surf! Tabajara, Miguelzinho e Suzan no quintal de casa. Fotos da matéria: arquivo pessoal.
RÁDIO UBATUBA SURF: Alô Tabajara e Suzan, que legal receber vocês aqui no site da rádio para contar um pouco dessa parceria de tantos anos! Quer dizer que vocês já pegavam onda antes de se conhecerem...
SUZAN CRISTINA: Então! O Tabajara trabalhava fazendo entregas numa pizzaria no Perequê Açu, eu morava perto e sempre passava na frente. Aí era aquela troca de olhares e tal, aquela paquera mas sem falar nada! Até que um dia, num grande swell de Leste, eu estava surfando no Perequé e vi o Tabajara na água, ele me viu, tomou a iniciativa, veio puxar conversa comigo e foi então nosso primeiro contato no outside. Daí em diante começamos a ficar, namorar e estamos juntos a quase 19 anos!
TABAJARA QUINTINO: Lembro que tinha altas ondas no Perequê nesse dia, quando eu vi a Suzan na água pensei: “- é agora!” (risos). Fui até ela, puxei conversa e as coisas foram acontecendo. Começamos o relacionamento e estamos juntos na caminhada. Curioso que assim como eu, ela gostava muito da VDN, então sempre estávamos juntos, ou na minha casa, ou na casa da mãe dela, ou na praia. Inclusive a VDN não era só para surfar, era também para discutir a relação (risos)! Lá era deserto, então era o local de discutir, resolver os problemas e fazer as pazes! Às vezes ficávamos meio brigados, uma semana sem se falar, mas aí no final de semana seguinte era certo de ir para a VDN pegar as ondas, se encontrar e resolver tudo!!
Tubo irado na VDN, local favorito de Tabajara e da Suzan.
RÁDIO UBATUBA SURF: Ah, sensacional essa primeira conversa dentro d’água hein... Imagino o Tabajara até aliviando várias ondas para a Suzan, tipo: ”Vai nessa que é boa, pode rabear!” (risos). Bom, praia deserta é o lugar ideal para se discutir a relação, tudo se resolve. E dessa união, já vieram filhos?
SUZAN: Sim, temos um filho, o Miguelzinho, ele tem cinco anos! Nós namoramos durante 7 anos, depois casamos e ficamos 6 anos sem filhos até a chegada do Miguel.
Seis anos atrás, pequeno Miguel a caminho!
RÁDIO UBATUBA SURF: Certo. Bom, mudando de assunto, sei que vocês têm uma parceria com o shaper Guilherme Magalhães da GM Surfboards. Como começou esse projeto?
SUZAN: Sim, nós estamos fazendo esse trabalho com o Guilherme Magalhães e está sendo super legal! Começou pelo instagram mesmo, o GM viu meu perfil, gostou de algumas fotos e me fez uma proposta, conversamos e chegamos a um acordo. Eu fiquei feliz pois já fui atleta e sei da importância você ter a disponibilidade de ter pranchas para as condições adequadas, enfim. Já estamos a dois anos e meio fazendo esse trabalho, particularmente tenho evoluído bastante com as pranchas dele. Ele também assiste meus vídeos e quando eu vou fazer alguma prancha nova ele me orienta no que é melhor para mim, quanto a tamanho de pranchas, rabetas e tal. Estou muito satisfeita com esse trabalho que estamos fazendo, acho super bacana e quando comparo meus vídeos de agora com os vídeos de antes, percebo uma evolução absurda.
TABAJARA: Fui levar a Suzan para fazer as pranchas lá, conheci o Guilherme e fizemos amizade. Acabei surfando com uma prancha dela e gostei muito! Nisso o Guilherme fez uma proposta para que eu fizesse uma prancha com ele e a primeira prancha que eu surfei eu curti bastante! Já fiz uns 4 foguetes com ele, estou satisfeito, inclusive amigos têm visto e comentado sobre minha evolução no Surf, fruto desse trabalho. Gostaria de citar também sobre mais um detalhe importante sobre os shapes da GM que é a qualidade das pranchas. Depois que começamos a surfar com a GM surfboards dificilmente as pranchas quebram, realmente é uma qualidade ótima.
Suzan evoluindo dia a dia com suas pranchas GM.
RÁDIO UBATUBA SURF: Sei que vocês têm uma relação muito próxima com a Vermelha do Norte. Falem um pouco sobre a magia desta praia na vida do casal.
SUZAN: Na verdade tenho uma relação de amor com a VDN. Frequento ali desde os 14, 15 anos de idade, sem dúvida alguma é minha praia preferida, meu lugar preferido no mundo. É um lugar que, independente do Surf ou das ondas, é um lugar que, quando eu chego, me conecta de uma forma incrível, gosto muito de estar ali. Ubatuba é uma cidade que tem muitas praias lindas, vários lugares bacanas, altas ondas né, no município inteiro. Mas aquela onda ali, na verdade é minha paixão. Me sinto como se eu fosse parte do lugar, é como se eu estivesse no quintal de minha casa. Às vezes comentamos: “puxa, precisamos surfar em outras ondas, PG e tal”, mas quando tem onda ali, encho o saco do Tabajara e já falo: quero ir para a Vermelha do Norte! Só vamos para outros lugares quando não tem onda ali, mas se tiver, fica difícil de não ir para a VDN devido essa relação tão forte que temos com esse pico!
TABAJARA: Eu frequento a VDN desde meus 13 anos, desde que comecei a surfar ali nunca mais parei. Moro há muito tempo no Perequê Açu e a praia mais próxima é a VDN pois no Perequê não é sempre que rola onda. Fiz amizade com os locais, o pessoal todo lá, muitos já pararam de surfar inclusive, mas fica a amizade. Continuamos a frequentar o pico e temos visto muitas mudanças na galera, na praia porém a onda continua boa como sempre. Sem dúvidas um pico especial para mim, me sinto em paz ali, até mesmo quando não tem onda levo o Miguel lá e nos divertimos no canto da costeira, é nossa segunda casa!
Foi num dia como esse no Perequê Açu que tudo começou. Suzan finalizando a onda com muito estilo.
RÁDIO UBATUBA SURF: Quais são as referências do Tabajara e da Suzan no Surf ubatubense?
TABAJARA: A referência para mim aqui em Ubatuba sem dúvidas é o Odirlei Coutinho. Ele é amigo meu, um dos melhores que eu já vi, é da minha época onde eu estava aprendendo e via ele surfar na VDN sempre quebrando, era uma motivação tentar surfar bem como ele. Também tenho admiração pelo Diego Santos, agora ele mora no Hawaii, é mais novo que eu mas acompanhei a carreira dele e sempre foi uma referência, hoje está lá nas ilhas havaianas quebrando tudo e pegando altos tubos!
SUZAN: A minha maior referência no Surf feminino em Ubatuba sem dúvidas é a Suelen Naraísa. Temos a mesma idade, na época que eu fazia escolinha de Surf ela já fazia também mas já competia, sempre foi inspiração para mim. Ela tem uma bela história no Surf e uma bela história de vida, enfim, admiro muito o Surf dela. Gosto muito do Surf da Luana Coutinho, na época de adolescência competimos juntas, é outra referência, surfa muito! E a Camila Cássia também, erámos da mesma equipe, treinávamos no mesmo horário, lado a lado, treinávamos baterias juntas e agora recentemente ela conseguiu ser campeã brasileira de forma consecutiva, hoje está morando na Austrália. São essas três as minhas referências no surf ubatubense.
Pancada na conexão base/lip. Tey!!
RÁDIO UBATUBA SURF: Ok então casal! Agradeço a participação de vocês aqui no site da rádio, desejo muitas realizações a vocês, muito sucesso, obrigado! Gostaria que vocês deixassem sua mensagem final para os ouvintes da Rádio Ubatuba Surf:
SUZAN: Gostaria de agradecer a oportunidade de poder contar um pouco de nossa história no Surf, é um esporte que curtimos muito e faz parte da história de nossa vida. Queria dizer também que sinto muito orgulho de ser nascida e criada aqui em Ubatuba, gosto muito de estar perto do mar e das belezas naturais da cidade. Sempre tive uma relação muito forte com o mar, desde muito pequena sentindo essa energia. A Mensagem que deixo para a galera é que todos tenham consciência de preservar toda essa natureza que temos para poder deixar esse legado para nossos filhos e netos. Da mesma maneira que curtimos tudo isso, que a natureza seja preservada para que eles possam curtir também. Obrigada!
TABAJARA: Beleza então Alexey! Gostaria de agradecer a oportunidade, mahalo! Ubatuba para mim é uma cidade especial, minha família é caiçara, aqui temos muitas praias e muitas ondas, para nós que amamos o Surf somos abençoados de morar aqui! Temos que cuidar de nosso bem mais precioso que é a natureza, é o encanto dessa cidade. Preservar é nossa obrigação para que nossos filhos, a nova geração que vem por aí possa desfrutar de tanta beleza. Abração!!
Outros Casais Incríveis de Ubatuba
Marcelo Guimarães, conhecido como Marcelo Rasta, e Daniele Guimarães, a Dani, formam o Casal 100% Surf do mês. Moradores da região Sul de Ubatuba, são vistos com suas filhas frequentemente na Lagoinha e Sapê onde são muito queridos por todos. Se conheceram numa dessas cenas inesperadas que a vida nos proporciona, quando Marcelo, recém chegado da Bahia, sua terra natal, foi fazer sua primeira queda em Bertioga e adivinha quem estava na água... (Fotos @thesearch_fotos e arquivo pessoal)
Rádio Ubatuba Surf: Marcelo Rasta, grande figura, e Dani, um prazer recebe-los no aqui na coluna. Quer dizer que em sua primeira queda em águas paulistas você já achou sua sereia (risos)... expliquem melhor essa história!
Marcelo Rasta: Bem, vamos lá! Sou natural de Itabuna, Bahia, estava morando em Itacaré quando no final de 2005 recebi um convite de um amigo para trabalhar numa Escola de Surf em Bertioga, na Riviera. Cheguei em Bertioga no dia 10 de dezembro de 2005, já no dia seguinte fui dar minha primeira queda na Praia de Itaguaré, meu amigo não estava lá então aproveitei a oportunidade, recém chegado no pico. Quando cheguei lá me deparei com três meninas surfando e mais ninguém na praia! Aquela praia paradisíaca e deserta sem ninguém e eu quase não acreditei. Falei: - Que é isso? Dei aquela coçada nos olhos (risos), aí vi que era verdade e fui auto convidado a entrar no mar. Peguei a prancha e entrei na água, fui me acomodando ali, puxando um assunto e tal (risos) e uma dessas três meninas era a Dani, minha esposa. Você veja que louco, a forma como a gente se conheceu foi algo muito mágico, conectado, muito espiritual. Era um encontro que estava escrito nas estrelas (risos)! Ela estava começando a surfar na época, aí eu já cheguei falando que tinha ido para SP para isso, sabe como é né, baiano malandrinho, e dessa forma fomos nos conhecendo. Então, no Reveillon daquele ano consolidamos o primeiro beijo ali começou uma linda história de amor (risos)!
Dani Guimarães: Eu e o Marcelo nos conhecemos dentro dágua na Praia de Itaguaré. Eu estava com minha prima e uma amiga dentro dágua, aí o Marcelo chegou cheio de sotaque, cheio de estilo (risos) e isso chamou bastante nossa atenção. No Reveillon de 2006 ficamos juntos e foi assim nossa história de amor! Surfando juntos... e dessa forma construindo nossas vidas!
Rádio Ubatuba Surf: Qual é a relação de vocês com Ubatuba?
Marcelo: Minha história com Ubatuba é coisa do destino. Vim da Bahia para São Paulo, no início quando cheguei fiquei em Bertioga um tempo, aí muitas coisas aconteceram e recebemos uma proposta para trabalhar em Caraguatatuba justamente quando a Dani ficou grávida. Foi algo que mexeu muito com nossos sentimentos, pensamos: “Deve ser algo do destino, vamos aceitar essa proposta”. Procuramos saber qual era a onda ali próxima para atrair nossos olhares e então conhecemos a praia da Lagoinha e na sequencia a praia do Sapê. Foi um encanto, uma paixão, algo que conectou a gente aqui. No início ficamos morando no Massaguaçu mas dois anos depois nos mudamos para Maranduba, e desde então fixamos moradia por aqui. Nossa filha nasceu aqui, já temos uma conexão, algo mágico que nos faz sentir muito bem em Ubatuba.
Dani: Gosto muito de morar aqui em Ubatuba! Eu já conhecia algumas praias mas nunca tinha pensado nessa possibilidade. Por conta do casamento e a gravidez, e o convite de trabalho como o Marcelo falou, precisávamos trabalhar. Optamos por mudar para Caraguá e depois viemos para cá por conta das ondas e do Surf. Queríamos ficar mais perto e isso possibilitou a gente treinar e aproveitar bastante as ondas daqui.
Rádio Ubatuba Surf: Vocês têm duas filhas que já pegam onda também. Qual nome, idade e grau de envolvimento delas com o surf?
Marcelo: Temos duas filhas, uma com 5, a Maya Luna, e outra com 9 anos a Maria Clara, as duas nasceram no mesmo dia, 20 de setembro! A mais velha teve seus primeiros contatos com o Surf aos 3 anos, já empurrávamos ela no longboard, desde sempre ela gostou muito. Já competiu no Circuito Estudantil de Ubatuba, ela tem um tino artístico e leva o Surf como arte. É muito prazeroso estar com ela no outside, um presente. A mais nova começou a surfar com 4, ela é mais espoletinha, teve um pouco de receio no início e nunca forçamos para não gerar nenhum trauma. Elas vão ditando o ritmo delas e vamos acompanhando dando todo o apoio para que esse envolvimento possa acontecer.
Rádio Ubatuba Surf: E as competições? Vocês curtem? Quais os resultados mais expressivos?
Dani: As competições começaram de uma forma muito natural para mim. Fomos fazer faculdade lá em Matinhos PR (também temos esse episódio em nossas vidas, foi muito bom), unimos a praia aos estudos, lá tem um campus da Universidade Federal do Paraná. Conheci a Tiara Manelli, ela me emprestou um longboard e assim que ela me emprestou esse long eu já comprei uma prancha usada. Ela falou: “vamos treinar para o campeonato para completar a bateria. Daqui a três meses vai ter competição, vamos treinar!” E aí comecei a participar de todas as competições que rolavam por lá, e ao vir para Ubatuba não foi diferente, procuro participar de todos as competições que tem por aqui, eu gosto, isso me motiva a treinar, quando posso eu vou mesmo. Eu que estimulei o Marcelo a participar também, eu acho que é um encontro muito bacana quando você vai a praia e encontra as pessoas que curtem o mesmo esporte que você. Os resultados que eu obtive nessa caminhada que eu consegui maior destaque foram os campeonatos brasileiros organizados pelo Wiggoly Dantas e pela Suelen Naraísa. Participei de todas as etapas que eles organizaram, eu consegui podium na última etapa que teve, né, com as principais atletas do Brasil, fiquei muito contente! Já fui campeã aqui no Sapê, fiz alguns outros resultados por aí! Fui até o Rio de Janeiro na Macumba e fui para a final, participei também do Surf Treino organizado pelo Tullio Dalpiaz. Gosto muito de estar com a galera do longboard aprendendo sempre!
Marcelo: As competições começaram mais por influência da Dani. Eu surfava de pranchinha, fazia o basicão e tal. Ao começar a dar aulas de Surf senti a necessidade de usar um longboard para facilitar meu deslocamento entre os alunos, e aí durante os intervalos das aulas eu comecei pegar algumas ondas, nisso passei a evoluir mais rapidamente do que na pranchinha. Em nossa temporada em Matinhos, por lá o Surf é muito competitivo, vários eventos, celeiro de grandes atletas e muitos campeonatos. A Dani também sempre me motivando, comecei a competir por lá. Após isso fiquei vários anos sem competir, até voltar para Ubatuba e me deparar com um lugar incrível, uma associação forte (AUS) realizando um circuito anual super organizado. Eu ia assistir as etapas, dava aquele friozinho na barriga (risos), vontade de competir, a Dani me pilhando até que resolvi entrar na onda e voltei para as competições. Logo no primeiro ano consegui um 3º lugar numa etapa na VDC, achei incrível! No ano seguinte consegui duas 4ª colocações, fui vendo que estava dando certo, me envolvendo mais com a galera e evoluindo mais e mais. Aí veio 2019, os eventos começaram em Caraguá, nessa etapa vieram atletas de Ubatuba, São Sebastião participar na longboard open, e de repente eu ganhei! Meu primeiro campeonato, foi uma alegria que eu não estava acreditando, disputar com atletas de tão alto nível, foi incrível, surreal! Na sequência, cerca de um mês depois, começou o circuito ubatubense 2019, 1ª etapa em Praia Grande, eu fui lá e ‘blaw’, ganhei (risos)! Ganhar uma etapa do Ubatuba Pro foi um sonho, eu consegui, estava no ápice de minha alegria e do surf competitivo. Veio a 2ª etapa na VDC e fui lá e ganhei (risos)! Fiquei pensando, “caraca, posso ser campeão do circuito”. Na 3ª etapa, em Itamambuca, foi uma das competições mais intensas que já tive. Na semifinal foi uma bateria dos sonhos, incrível. Só essa bateria dá uma história (risos)! Nessa semifinal eu estava perdendo, estava em 3º e faltando um minuto veio uma onda salvadora, consegui pular para 1º e fui para a final, e para ser campeão do circuito eu precisava passar para essa final! E aí na final fui lá e ganhei o evento! Foi um ano competitivo alucinante, meu Deus do céu, jamais eu imaginava ganhar um circuito desses com tanta gente boa, ganhar invicto foi realmente demais! Atualmente eu carrego o cinturão de atual campeão ubatubense de longboard, aí rola aquela pressão (risos)! Enfim, participei de mais alguns eventos, um Surf Treino Pro de longboard em São Sebastião, fiz final também, cheguei em 4º mas muito feliz pelo nível dos finalistas, Jeferson Silva, Alex Salazar e Wenderson ‘Biludo’. Estamos nessa pausa agora, pilhados e treinando bastante para as próximas competições!
Rádio Ubatuba Surf: A pergunta agora é sobre um mar inesquecível em Ubatuba. Falem algo a respeito!
Dani: Ahhh, vou contar uma história de um mar inesquecível que me lembro até hoje. Nós tínhamos chegado aqui a pouco tempo, minha filha mais velha era bem pequenininha, então a gente saiu para surfar com aquele monte de coisas que tem para levar: papinha, fralda, protetor (risos), coisas das pranchas, enfim. Chegamos na Praia das Toninhas e tinha altas ondas, altas, sol, muito perfeito! Nisso começamos a nos arrumar, se trocar, quando vimos que esquecemos de levar a roupa de surfar, nenhuma troca, nenhum biquini, roupa de borracha do Marcelo, nada! Mas o mar estava tão incrível que caímos com a roupa do corpo! Voltamos para casa enrolados nas toalhas, mas surfamos. Lembro de ter visto o Batata surfando nesse dia, o Olinto, foi para mim um mar inesquecível!
Marcelo: Ubatuba é um lugar incrível, vários mares que a gente pega são inesquecíveis. Me lembro de um dia aqui no Sapê, a direção do swell não era nem tão favorável, de repente paramos para olhar e tinha uma bancada de esquerdas triangulares, com tamanho, foi uma sessão que não sai da minha cabeça! Devo ter até algumas fotos desse dia incrível!
Rádio Ubatuba Surf: Deixem sua mensagem final para os ouvintes leitores da rádio:
Dani: Agradeço aos leitores que acompanharam nossa história, também a Rádio Ubatuba Surf pelo espaço, muito obrigada! A gente se vê no mar, muito surf para todo mundo, valeu!!
Marcelo: Bom, minha mensagem para os leitores é manter o pensamento positivo sempre, muita energia boa para todos. Vamos focar no bem, agir no bem, valorizar a união das famílias. Nossa família Surf se sente fortalecida nessa região de Ubatuba por ver tantas como a nossa, sempre procurando valorizar os princípios e valores através do Surf. Agradeço a oportunidade à Rádio Ubatuba, projeto muito legal agregando muita informação positiva e juntando pessoas boas, muito legal. Agradecemos aos amigos que torcem e apoiam minha família e a Deus que nos proporciona tantos momentos maravilhosos. Valeu, abraço!
Conheça a história de Tullio Dalpiaz e Mari Marcelli, casal local de Itamambuca, praticantes do longboard, competidores e amantes da natureza. Juntos há mais de uma década, quando se conheceram apenas Tullio pegava onda de pranchinha e Mari o acompanhava ficando na areia. Mas aí um casal de amigos surfistas surgiu e mudou o rumo da vida do casal!
Agradecimentos ao fotógrafo Guga @gugajacobphotografhy que cedeu algumas imagens para a matéria.
RADIO UBATUBA SURF: Tullio já pegava onda, Mari, mas você não. Como foi essa história?
MARI MARCELLI: Bom, eu trabalhava para o Tullio em São Paulo, numa skate shop virtual que ele tinha, nós éramos bem amigos no trabalho e daí surgiu uma afinidade. Começamos a nos conhecer melhor, o Tullio pegava onda desde pequeno aqui em Ubatuba e durante os finais de semana ele me trazia para a praia e enquanto ele ia surfar eu ficava na areia. Naquela época eu ficava sem entender porque ele demorava tanto, quem não surfa não entende muito que o Surf muda a vida né. Então, num final de semana, um casal de amigos surfistas desceu conosco, e eles foram surfar. No momento que a moça, Denise, hoje uma grande amiga que me inspirou muito para surfar, pegou sua prancha e foi para a água, eu fiquei encantada, pensei: nossa , que irado, que linda, mulher indo surfar, e tal, até aquele momento eu não tinha pensado nisso. Aí eu vi e achei a coisa mais maravilhosa e disse: também quero! E comecei a pirar, assim, do nada, eu, bem paulistana sabe, bem fora do ritmo de qualquer esporte, acima do peso, uns 10 kg acima do peso atual e com uma vida boêmia ativa (risos) digamos assim! E o Tullio não, total do esporte, do Surf, e ele pilhou que eu fiquei afim de aprender e me incentivou muito! Minha primeira prancha foi uma mini long softboard vermelhinha, aquelas macias para iniciantes, tamanho 8’0” e aí começamos a brincar no Perequezinho, em Itamambuca, também na Riviera da São Lourenço, lembro que lá quando estava grande ele me largava no cantinho boiando (risos), ele ia pegar as ondas e eu ficava amarradona lá olhando, sem noção do que vinha pela frente, quantas coisas maravilhosas que o Surf Traz. Nisso, fomos evoluindo, cada vez mais largando a capital e vindo para Ubatuba, e como nosso trabalho é home office, até mesmo antes da pandemia, nos mudamos para cá. Tullio pegava de pranchinha, então ele passou para o pranchão e meio que fomos nos desenvolvendo juntos, e o negócio foi ficando meio sério (risos) e o Surf começou a mudar totalmente nossas vidas, pelo lifestyle e tal da gente ter se jogado para cá.
RÁDIO UBATUBA SURF: Como funciona a escolha do pico para o Surf? Cada um escolhe sua praia ou vocês vão sempre juntos?
TULLIO DALPIAZ: A gente topa 100%, o que um ou outro falar a gente topa, vai junto, somos muito parceiros, é uma coisa natural e muito raro quando vamos surfar separados.
MARI: Confesso que dei uma mudada no surf do Tullio, lembro que ele pegava uns mares tipo VDN, mar maior e mais cavado, e como ele foi me ensinando e eu sempre fui mais no clássico, que é o que eu aprendi, naturalmente o Tullio foi gostando, enfim. Aqui em Itamambuca também surfamos uns mares maiores, quando eu me sinto segura eu entro, quando não sinto fico na areia e não há ‘forçação’, ele vai ‘de boa’ surfar e eu fico tranquila. Muito respeito em tudo, uma verdadeira parceria sempre!
RADIO UBATUBA SURF: E as pranchas? Falem um pouco sobre a parceria com o shaper Cláudio Pastor.
TULLIO: A entrada do shaper Pastor em nossas vidas foi um grande fator que fez a gente evoluir muito no longboard, ele não foi, não só é nosso shaper, como é nosso professor. Aprendemos bastante com ele. Não que antes nossas pranchas não fossem boas, mas não eram como as do Pastor, que encaixaram de um jeito incrível. É um trabalho em conjunto de observação do shaper com nossas informações de como estamos sentindo as pranchas e evoluindo, para que o equipamento se torne cada vez melhor.
MARI: Estava vendo aqui no insta, dia 27 de dezembro de 2016 foi o dia que recebemos nossas primeiras pranchas do Pastor! Ele colocou a gente na equipe, eu e o Tullio, fez duas pranchas maravilhosas para nós, a do Tullio foi uma laranjinha triquilha progressiva, modelo Phil Rajzman. A minha foi uma clássica 9’4” a coisa mais maravilhosa do planeta (risos), metade branca e metade rosa choque, prancha dos sonhos, hahaha, eu andava na praia e a mulherada pirava, diziam: -meu, sua prancha é a mais linda da praia (risos)!
TULLIO: Daí em diante começamos um trabalho com o Pastor e passamos a levar o Surf de uma maneira mais séria, importante de nossas vidas. Ele acreditou na gente, vem fornecendo pranchas excelentes para nós e estamos muito felizes com a parceria. RÁDIO UBATUBA SURF: Rola uma troca das pranchas na água?
MARI: Bom, rola um xodó com a prancha de cada um, assim, a gente troca, a gente brinca, não tem problema. É que o Tullio tem a bendita mania de dar joelhinho (risos) nas pranchas, ele dá uma massarocada de leve que eu não curto na minha, então rola um xodó (risos)! Mas quando está pequenininho a gente troca sim, e é legal para sentir pois no momento estamos com pranchas completamente diferente uma do outro, eu sou mais clássica e o Tullio tem uma pegada mais radical, assim.
RÁDIO UBATUBA SURF: Eu já vi no instagram vários posts em que um tira fotos do outro. Como funciona esse esquema?
TULLIO: Nós temos uma mania de tirar uns dias para fazer análise de performance. Por mais que seja diversão, tentamos evoluir e nada melhor do que imagens para essa atividade, utilizamos vídeos e algumas fotos para buscar a evolução, vendo os erros de cada um.
MARI: Eu costumo sempre entrar no momento melhor (risos). As vezes eu penso que em algum momento a maré vai subir e tal, mas as vezes entra o vento e eu me ferro (risos). Mas sempre é muito divertido e é importante cair em mares não muito bons para melhorar a leitura da onda, enfim. É isso!